Sunday, August 10, 2014

A guerra na Palestina: ouvindo o que Israel tem a dizer (PARTE 3)

Por Thiago C.S.
Tópicos abordados nessa parte:

- As Guerra de 1948 e 1967

As Guerras de 1948 e 1967


Quando o terceiro Estado Judeu na palestina – Israel – foi criado, em 1948, sobre uma pequena parcela das ruínas do Império Otomano, cinco das nações árabes que recusaram aceitar a partição feita pelas Nações Unidas atacaram o país que tinha apenas um único dia de vida. Entre os agressores, o Egito, que atacou Israel pelo que hoje conhecemos como Faixa de Gaza. 

Israel triunfou na sua defesa contra os invasores e os repeliu, aumentando seu território de aproximadamente 12% do Mandato Palestino Original para cerca de 18%. O restante do território palestino definido pela partição da ONU teve uma parte (que conhecemos hoje como Faixa de Gaza) anexada pelo Egito e outra (que hoje conhecemos como Cisjordânia, ou Margem Ocidental) pela Jordânia. Não houve nenhum protesto internacional contra as anexações realizadas por esses dois países árabes. Tampouco houve iniciativa por parte dos árabes palestinos que ali viviam em criar um Estado próprio. 

Fronteiras de Israel e das áreas anexadas por Egito e Jordânia após a guerra de 1948

Em mais de uma ocasião, antes da guerra de 1948 eclodir, as lideranças judaicas conclamaram os árabes que viviam no território que daria origem ao Estado de Israel a permanecerem em seus lares e a se tornarem cidadãos do Estado que surgia, com os mesmos direitos dos judeus e com a devida representação em suas instituições políticas. Esse apelo consta até mesmo do próprio documento de Proclamação da Independência de Israel. Mas o êxodo árabe se iniciou antes mesmo da criação do Estado judaico, fomentado principalmente pelo medo da guerra iminente. Com o a eclosão do conflito, dezenas de milhares de outros árabes se tornaram refugiados, bem como dezenas de milhares de judeus, que foram expulsos dos países árabes em que viviam.

Cabe questionarmos: quanto melhorou a vida dos árabes desses territórios anexados por países também árabes?  E a vida dos judeus refugiados durante e após esse conflito – quase 600.000 entre 1948 e 1972 –, que foram recebidos e tornados cidadãos de Israel? Quem é capaz de questionar que os cerca 1 milhão e 700 mil árabes palestinos que hoje vivem em Israel possuem mais direitos e privilégios do que a população em geral de quaisquer países árabes? O Parlamento israelense possui membros árabes desde sua criação em 1949 (são 12 os membros árabes na legislatura atual), alguém imagina que tratamento semelhante seja dado a judeus em algum território árabe?

Quase vinte anos depois, em 1967, o ditador Egípcio Gamel Abdel Nasser anunciou seu plano de, nas palavras dele, “destruir Israel”. Milhares de tropas foram enviadas às fronteiras de Israel, não só pelo Egito, mas por outros países árabes fronteiriços. Israel então, no que ficou conhecido como a “Guerra dos Seis Dias”, atacou o Egito e a Síria, e, após seu pedido para que não se envolvesse no conflito ter sido recusado, atacou também a Jordânia. Após a vitória avassaladora, Israel se negou a retirar seus exércitos da faixa de Gaza, da Península do Sinai, e da Cisjordânia porque os invasores árabes se recusaram a negociar um tratado formal de paz.

Israel e os Territórios ocupados (destacados em verde) após vitória na Guerra dos Seis Dias

Mesmo assim, em 1978, Israel devolveu ao Egito a totalidade da Península do Sinai, uma região rica em petróleo e de área maior que o Estado de Israel inteiro, porque o Egito, sob nova liderança, assinou um acordo de paz com Israel. Embora as dificuldades de Israel para manter o território tenham ficado evidentes, cinco anos antes, na guerra de 1973 (iniciada por um ataque surpresa liderado por Egito e Síria e apoiado por outras nove nações), a concessão realizada pelos israelenses para garantir o acordo impressionam: Israel abriu mão de 7000 mil lares judeus (muitos dos judeus assentados, inconformados em terem que abandonar suas casas e negócios, foram removidos à força pelo exército israelense);  instalações militares; localidades estratégicas para a defesa do país; e campos de petróleo avaliados em bilhões de dólares que, se ainda tivessem em poder de Israel, teriam tornado a nação, hoje, energeticamente autossuficiente (um dos campos, Alma, foi descoberto e desenvolvido por Israel e já era a maior fonte de energia do país, atendendo à metade de sua demanda energética). Essa enorme concessão, porém, parece ter valido a pena, visto que a paz selada com Egito, embora não amistosa, perdura até hoje. Em 1981, Anwar Sadat, o presidente Egípcio que selou a paz com Israel, pagou com a vida pela declaração de paz: foi assassinado por radicais árabes.

Israel Hoje


Israel e as vinte e duas nações da Liga Árabes. Apenas três nações da liga reconhecem a existência do Estado de Israel: Egito (acordo de paz de 1979); Jordânia (acordo de paz de 1994); e Mauritânia (1999. Porém os dois países cortaram relações diplomáticas em 2010)

Na próxima parte:

Nas partes anteriores:

 *Parte relevante das informações relatadas nesse texto (dividido em quatro partes) foram extraídas dos livros “Myths and Facts: A Guide to the Arab-Israeli Conflict”, de Mitchell G. Bard (https://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/myths3/mftoc.html); e “Why Israel is the Victim”, de David Horowitz (http://www.frontpagemag.com/2013/david-horowitz/why-israel-is-the-victim/ ).

Outras referências utilizadas nessa parte:

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