Sunday, December 07, 2008

Do poema de bar

Tirando a papelada de uma bolsa, depois de bom tempo sem usá-la, acho um guardanapo amassado, versos escritos em caneta azul, a parte branca do papel suja de base (não sei como). Foi num dia frio, convidativo para as duas garrafas de vinho que deram amnésia no dia seguinte:
Somos dois oceanos
não-pacíficos
imersos em vinho
sozinhos e juntos
somos muitos
somos nós
desatados
iluminados por
faróis
de carros
somos nós
(Por um amigo depois de duas garrafas de vinho e seis meses longe de mim)

2 comments:

Unknown said...

muito bom! me lembrou o bateau ivre de rimbaud! a gente vai e vem, como se estivesse no mar... num barquinho à deriva...

sugiro que escreva uma que comece com "à deriva...". Ha!

Sabina Insustentável said...

ahhh... esse meu amigo que escreveu no guardanapo adora rimbaud! no próximo vinho vou pedir p ele começar um com à deriva!
p.s- não consigo acessar o seu blog!!!
beijo.